No Dezembro Vermelho, reforçamos uma mensagem que salva vidas: prevenção ao HIV é conhecimento, é cuidado, é respeito. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil alcançou um marco importante em 2024, diagnosticando 96% das pessoas estimadas vivendo com HIV, superando a meta global de 95% estabelecida pela Organização das Nações Unidas.
Contudo, essa conquista não significa que a luta terminou; afinal, aproximadamente 900 mil pessoas vivem com HIV no país, e muitas outras enfrentam risco de infecção por falta de informação ou de acesso a ferramentas de prevenção. Assim sendo, conhecer as formas de transmissão, as estratégias de prevenção ao HIV e combater o preconceito é responsabilidade de todos nós.
A prevenção ao HIV passa por três pilares fundamentais: informação, acesso a métodos preventivos e eliminação do estigma. Em primeiro lugar, é essencial compreender que o HIV não se transmite por abraço, aperto de mão, beijo, compartilhamento de alimentos ou utensílios nem pelo ar. A transmissão ocorre por contato com sangue, sêmen, fluidos vaginais ou leite materno de pessoas infectadas; portanto, as principais vias de transmissão são relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas e transmissão vertical (de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação).
Nesse contexto, o uso contínuo de preservativo é a estratégia mais acessível e eficaz para prevenção do HIV, reduzindo drasticamente o risco de infecção. Além disso, o Brasil se destaca pela maior cobertura de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) na região das Américas, com aproximadamente 120 mil pessoas tendo acesso ao medicamento nos últimos 12 meses; essa estratégia permite que pessoas com alto risco de exposição ao HIV tomem medicamentos preventivos, reduzindo em até 99% o risco de infecção quando usada corretamente.
Paralelamente, existe a PEP (Profilaxia Pós-Exposição), um tratamento de emergência disponível para quem teve exposição de risco ao HIV e procura atendimento em até 72 horas. Logo, campanhas de conscientização como a realizada durante o Carnaval, que atingiu mais de 790 mil pessoas com mensagens sobre preservativos e PrEP, são fundamentais para levar informação às populações vulneráveis.
Igualmente importante é reconhecer que o Brasil avançou significativamente na eliminação da transmissão vertical do HIV, com 151 municípios e três estados certificados pela eliminação ou boas práticas; a meta é solicitar à Organização Pan-Americana da Saúde a certificação de país livre da transmissão vertical de HIV em 2025.
Mesmo assim, um desafio permanece: o estigma e a discriminação. O Índice de Estigma 2025 revelou dados alarmantes - 52,9% das pessoas vivendo com HIV já sofreram discriminação, sendo 34,8% dentro da própria família. Além disso, 46,1% não têm certeza ou não sabem que seu estado sorológico é mantido em sigilo nos serviços de saúde. Dessa forma, combater o preconceito é tão importante quanto oferecer medicamentos e testes.
Pessoas vivendo com HIV que recebem tratamento adequado (antirretrovirais) alcançam carga viral indetectável, o que significa que o vírus não se replica no corpo e, portanto, não é transmissível sexualmente - um conceito conhecido como "indetectável = intransmissível" (I=I). Assim sendo, informação correta afasta mitos e humaniza a convivência.
Na Cabergs, a prevenção do HIV e de ISTs é abordada com acolhimento, sem julgamentos, dentro do programa CONTIGO, que oferece consultas com profissionais qualificados, orientação personalizada e encaminhamentos para testes e tratamentos. Em conclusão, a prevenção do HIV é um direito; acesso à informação, métodos preventivos e cuidado humanizado são responsabilidades coletivas que transformam vidas.
Compartilhe este conteúdo e incentive testes regulares. Procure a Cabergs para conversar sobre prevenção HIV, ISTs e saúde sexual sem preconceitos. Sua saúde e a de quem você ama merecem cuidado integral.