Além dos inúmeros estragos causados pelas fortes chuvas e pelas enchentes dos nossos rios, infelizmente precisamos falar sobre as doenças que essas águas podem nos trazer. Já falamos sobre as doenças que vêm com as águas, mas agora gostaríamos de alertar para as doenças que podem vir depois das águas.
O maior cuidado deverá ser com a dengue. Os múltiplos pontos de inundação possibilitam uma grande quantidade de locais para desova do mosquito Aedes aegypti ¿ transmissor dessa e de outras doenças como zika, e chikungunya. A fase de desenvolvimento do mosquito dentro da água é entre 7 a 10 dias. O calor pode acelerar a reprodução, por isso a frente fria que chegou ao nosso estado pode diminuir a velocidade. Contudo, os ovos depositados podem ficar inertes até um ano, esperando exatamente as condições climáticas ideais.

Considerando essa facilidade em se reproduzir, pedimos um cuidado especial em todos os locais. Sabemos que quando as águas baixarem, a procura por retornar ao lar e ver os estragos é prioridade, assim como a saúde da sua família também é! Por isso, será necessário revisar locais que podem ter ficado com água.
Para quem, felizmente, não teve sua casa inundada, o monitoramento deve ser constante, pois enfrentamos acumulados de chuva que bateram recordes e por isso, locais que antes não guardavam água, agora podem ter guardado.
Além da importância de combater a reprodução do mosquito, a prevenção pode ser feita através do uso de repelentes. Todos conhecemos os repelentes industrializados, podendo ser para aplicar na pele ou eletrônicos, mas é importante salientar que existem muitos repelentes naturais. O principal deles é a citronela. Uma planta medicinal rica em óleos essenciais, como o linalol, citronelol, citronelal, geraniol e cis-calameneno, com propriedades repelentes para insetos, aromatizadora, antibacteriana e calmante. Plantar citronela em casa, assim como sálvia, melissa, manjericão e lavanda, contribuirá para espantar o mosquito.
A liberação da vacinação contra a dengue foi incorporada em 2023, pelo Governo Federal, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), possibilitando que os imunizantes passassem a ser registrados no País. O Instituto Butantan, instituição pública ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, efetuou o registro na Anvisa do seu imunizante para dengue em fevereiro daquele ano. A pesquisa da vacina do Butantan, que iniciou em 2016, se mostrou uma alternativa segura, apresentando eficácia de 79,6%, além de ser indicada para os quatro tipos da doença (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). O calendário de vacinação está sendo aplicado em 521 municípios de regiões endêmicas, em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos (podendo ser ampliado para 4 a 16).
Confira os sintomas da dengue e a comparação com os da leptospirose.

FONTES: Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul e Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre.